Troca de rebanho: o produtor ganha e o meio ambiente também

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Em tempos de variação de preços dos insumos por eventos adversos, muitos produtores podem se questionar como ter uma gestão da produção mais sustentável.

Neste texto você entenderá que nós já dispomos de tecnologias e conhecimento técnico científico para fomentar a sustentabilidade da cadeia pecuária, por meio de critérios de gestão eficiente e rentável, responsáveis na utilização de recursos naturais.

O animal é o principal ativo de toda a cadeia produtiva da pecuária, assim, é factível afirmar que as principais transformações dentro de uma propriedade têm como ponto de partida o progresso dos animais pertencentes ao rebanho. Por isso, o primeiro passo para equilibrar o desenvolvimento econômico e ambiental em prol da sustentabilidade é a progressão de um rebanho comum por um rebanho com animais produtivos e eficientes na utilização de alimentos.

Antes de irmos ao ponto, vamos entender nosso lugar no mundo e como podemos abrir outros mercados e melhorar nosso posicionamento quanto à sustentabilidade?

A pecuária brasileira e seus desafios

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), apenas de janeiro a julho de 2022, o Brasil exportou o equivalente a 1,064 milhão de toneladas de carne bovina, acumulando uma receita de US$ 7,409 bilhões, números que são superiores ao mesmo período de 2021 e que nos colocam no topo do ranking de países exportadores.

Isso demonstra a consistência de um setor que busca sempre ser competitivo, atrelando novas práticas e modernizando sua cadeia. Mas, sabemos, que nem sempre maior produção e maior receita significam, necessariamente, uma margem de lucro alta.

Por isso, para a conta fechar é necessário buscar novos métodos e tecnologias que possibilitem o avanço de uma produção que seja sustentável do começo ao fim, aumentando o lucro por @ produzida sem aumentar o comprometimento do capital, adotando práticas que promovam o melhor aproveitamento do potencial do animal e das áreas destinadas à produção.

A nível internacional, principalmente no que tange o mercado europeu, percebe-se que há cada vez mais uma demanda por produtos advindos de indústrias que prezam pelo bem-estar animal, além da conservação dos recursos naturais, do melhor aproveitamento de insumos (dieta), e ainda, com mitigação dos gases de efeito estufa. Fatores estes, que vão de encontro justamente com a proposta de troca de rebanho.

Ainda, há de se considerar que atualmente somos grandes exportadores para Ásia, onde somente a China tem uma parcela aproximada de 70% de toda carne que exportamos, seguido de Egito, Chile e Israel.

Com esse cenário, o nosso grande desafio é produzirmos em grande escala com sustentabilidade, atendendo aos preceitos de desenvolvimento social, ambiental e econômico, para que seja possível suprir as necessidades da geração atual, garantindo a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.

Troca de rebanhos por genética eficiente

O sucesso da atividade pecuária vem da busca dos produtores por bom desempenho animal associado a um menor custo de produção. Portanto, quando falamos dessa taxa de conversão entre o investimento e o retorno, estamos falando de eficiência. Aqui nos ateremos à Eficiência Alimentar como ferramenta para o lucro e maior sustentabilidade gerencial e ambiental.

Para melhor entendimento, retomemos, então, ao que é a Eficiência Alimentar (EA) – A Eficiência Alimentar é a capacidade do animal ingerir menos alimento do que o esperado, sem comprometer seu desempenho. Costumamos dizer que são aqueles animais que apresentam CAR (Consumo Alimentar Residual) negativo.

Na pecuária, é sabido que o maior custo da produção é a nutrição, chegando na casa dos 90%. Com uma porcentagem tão expressiva, é necessário que haja a busca por ferramentas que ajudem na otimização desses recursos.

É neste momento que entra a seleção genética de bovinos para Eficiência Alimentar. A seleção para características de EA permitirá que você identifique animais com potencial de disseminarem genética que agrega maior rentabilidade com menor custo de produção. Animais eficientes na utilização de alimentos comem menos e, consequentemente, os gastos com dietas serão consideravelmente inferiores, além de permitirem a otimização das áreas de pastagens.

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Por isso, o melhor caminho que existe hoje é começar a selecionar os melhores animais da sua fazenda e multiplicá-los ou em caso de propriedades que trabalham com recria e terminação, adquirir animais que tenham em sua genética genes favoráveis à Eficiência Alimentar. É possível perceber resultados já na primeira troca do rebanho, mesmo que essa troca não seja 100% logo de início.

Mas, afinal, por que animais eficientes são a melhor opção para o seu negócio ser mais sustentável com o meio ambiente?

Animais eficientes e o meio ambiente

Especulava-se em um primeiro momento que a seleção genética para Eficiência Alimentar, impactava em outras características importantes para o produtor, mas estudos comprovaram que a seleção para essa característica não possui efeitos antagônicos em outras características economicamente importantes, como: acabamento de carcaça e fertilidade, ou seja, é totalmente possível selecionar animais com uma genética de alto desempenho e eficientes.

Por essas razões, a seleção para Eficiência Alimentar atende completamente a demanda do mercado produtor por alta produtividade com baixo custo de produção. Ainda que esses benefícios econômicos por si só sejam suficientes para justificar a adoção da animais eficientes, essa genética tem um importante impacto ambiental, afinal, animais mais eficientes emitem menos CH4 (gás metano).

Mas como podemos afirmar que animais CAR negativo emitem menos metano? As emissões de metano pelos bovinos, dependem da quantidade de alimentos consumidos e da digestibilidade dos nutrientes presentes na dieta. Por isso, animais que têm um consumo observado menor que o predito emitem menos CH4 entérico.

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Seja no confinamento ou no pasto, sua produção pode ser mais sustentável, gerando lucros consistentes e menos impacto no meio ambiente.

Com tudo isso, a pergunta que fica é, você está preparado para ser o protagonista dessa história? Vamos juntos continuar transformando a pecuária brasileira e abrindo novos mercados?


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Fonte ABIEC: Exportações brasileiras de carne bovina têm crescimento de 45,5% na receita até julho

Autor: Guilherme Barros


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