Ao longo de muitos anos temos visto diversas declarações sem sustentação sobre a pecuária e a emissão de gases de efeito estufa (GEE).
Pensando nisso, nós da GA+Intergado, estamos empenhados na disseminação do conhecimento que transforma a pecuária brasileira e, por isso, este conteúdo estará centrado nos dados mais atualizados sobre a nossa participação na emissão de gases do efeito estufa e quais tecnologias que já dispomos para minimizar a mitigação de gases.
Mesmo o Brasil sendo um grande produtor mundial de alimentos e não nos afastando de nossas responsabilidades, é necessário frisar que o Brasil responde apenas por 3% das emissões de metano na atmosfera.
Segundo Alexandre Berndt, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, hoje a pecuária corresponde a um terço destes 3% e considerando que nosso objetivo é diminuir essa participação, esse dado é crucial no planejamento da mitigação de gases.
Como colaborar para mitigação de gases na pecuária?
A mitigação de gases pode acontecer de diferentes formas e o produtor pode adotar diversas medidas que reduzam a emissão dentro da sua propriedade, a depender de sua disponibilidade.
Mas, a centralidade deste tópico perpassa pela adoção de tecnologias! Afinal, é muito comum vermos pesquisadores, grandes líderes e demais interlocutores da comunicação, afirmarem que a mitigação dos gases de efeito estufa se dá pela adoção de novas tecnologias e modelos de produção.
Na pecuária, como é de conhecimento, o maior responsável pela emissão de metano (CH4) são os ruminantes por meio da fermentação entérica. Por isso, adotar mecanismos que possam interferir nesse processo é uma das melhores saídas para uma pecuária mais sustentável.
O pecuarista está disposto a adotar várias tecnologias que contribuam para a mitigação de gases, desde que não interfiram em seu sistema produtivo e consequentemente na sua margem de lucro. Pensando nisso, a seleção genética para eficiência alimentar é uma das opções sem custos adicionais ao bolso do produtor. Saiba mais no próximo tópico do nosso artigo.
A Eficiência Alimentar e seu papel na mitigação de gases
A seleção de animais para Eficiência Alimentar (EA) tem se mostrado um dos caminhos mais modernos para a transformação da pecuária, isso porque animais eficientes possuem uma taxa de consumo menor para um mesmo ganho de peso.
As emissões de metano pelos bovinos, portanto, dependem da quantidade de alimentos consumidos e da digestibilidade dos nutrientes presentes na dieta e é exatamente por essa razão que animais CAR negativo emitem menos CH4 entérico.
Além de apresentar bons resultados para a mitigação de gases, o animal que consome menos e ganha o mesmo tanto de peso, custará menos para ser produzido (R$ por @ produzida), o que por si só já seria motivo suficiente para trabalhar com um rebanho eficiente na utilização de alimentos.
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Em um sistema de confinamento, onde o GMD (Ganho Médio Diário) dos animais tende a ser superior ao daqueles que estão à pasto, presume-se que há uma maior emissão de CH4 entérico justamente pelo ganho e consumo de matéria seca, que pode ser potencializado com a troca do rebanho comum por rebanho de genética eficiente.
Alguns estudos revelam que a diferença na emissão de metano entérico de animais de CAR negativo para animais CAR positivo está entre 20 e 30% a menos. Nkrumah et al. (2006) observaram que os animais de baixo CAR emitiram 28% menos CH4 que os animais de alto CAR; Hegarty et al. (2007) observaram, uma redução de 25% na emissão para os animais com CAR negativo.
Quando falamos de produção à pasto, um estudo publicado pela Canadian Journal of Animal Science, revela que novilhas prenhes com CAR negativo consumiram menos forragem e emitiram menos CH4 diário em comparação com animais CAR positivo. Os resultados confirmaram ainda que as novilhas CAR negativo emitiram 6,3% menos CH4 em comparação com as demais. Assim, a seleção para CAR negativo tem potencial de diminuir as emissões diárias de CH4 e otimizar o uso de pastagens.
Fica evidente que uma das melhores alternativas disponíveis hoje para a pecuária atuar na mitigação de gases é a seleção e aquisição de animais para Eficiência Alimentar.
Com tudo isso, a pergunta que fica é, você está preparado para ser o protagonista dessa história? Vamos juntos continuar transformando a pecuária brasileira e abrindo novos mercados?
Autor: Guilherme Barros