Conhecida como a maior mostra de animais zebuínos avaliados de todo o país, a 17ª ExpoGenética será de 16 a 25 de agosto e trará consigo o cobiçado prêmio “Criadores de Eficiência”, que faz parte da agenda oficial do evento. Promovido pela Ponta, empresa de tecnologia focada na gestão da informação e da precisão na pecuária, responsável pelo gerenciamento de informações de mais de 7 milhões de cabeças por ano em todos os sistemas produtivos, em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a premiação chega à sua terceira edição e reconhecerá os criadores pela quantidade de animais testados, o que impacta no aumento da disponibilidade de animais eficientes no mercado.
Esse impacto pode ser comprovado pelo aumento da quantidade de touros eficientes disponíveis nas Centrais de Biotecnologia. Só nos primeiros meses de 2024, o número cresceu 27,09% (entre janeiro e maio de 2024). Desde 2022, a premiação já reconheceu criadores do Brasil, da Austrália e da Bolívia. São criatórios que valorizam a relevância da Eficiência Alimentar, uma das principais características econômicas, no melhoramento genético das raças, em busca de maior eficiência produtiva aliada a uma redução significativa no custo alimentar e na emissão de metano. Neste ano, a premiação, que será entregue no dia 22 de agosto (quinta-feira), a partir das 8h30min. Ela será entregue para três criadores de raça zebuína, sendo um deles o primeiro a ser agraciado com o nível Ouro, além de uma menção honrosa.
Em seu primeiro ano, um dos vencedores do prêmio “Criadores de Eficiência” foi o Rancho da Matinha. Pioneira em testes de Eficiência Alimentar no Brasil, a fazenda de Minas Gerais recebeu, em 2022, o Prêmio Nível Prata, tendo em vista os mais de 5.000 animais da raça Nelore testados até aquele ano. “Estou envolvido com genética há 40 anos. Entendo-a como melhoramento econômico. Seleção genética só faz sentido quando ela aumenta esse resultado. Não faz sentido selecionar para características que não tragam benefícios econômicos”, sustenta Luciano Borges, 76 anos, proprietário do Rancho da Matinha.
O produtor enfatiza que, na produção de cada kg de carne, a alimentação representa 2/3 do custo total. “Nos primeiros 10 anos de trabalho, conseguimos reduzir a conversão alimentar em 15% e a mantença dos animais em 30%, sem nenhum prejuízo para os desempenhos das principais características. Essa evolução significa a possibilidade de manter 30% a mais de vacas sem aumentar a oferta de alimento. Além disso, quando a gente reduz a mantença, estamos colaborando diretamente com a melhoria do ambiente, tendo em vista a redução de metano”, complementa.
Quem também recebeu o Prêmio Nível Prata na primeira edição, com mais de 4.000 animais testados desde 2018, foi a Genética Aditiva. Flávio Sandim, Gerente de Pecuária da empresa localizada no Mato Grosso do Sul, entende a Eficiência Alimentar como decisiva na fase final de confinamentos e semi confinamentos, pois impacta diretamente no valor da diária do animal. “Ela faz toda a diferença. Querendo ou não, animais mais eficientes ficam menos tempo dentro da propriedade, encurtando o ciclo. Isso também impacta diretamente o ambiente, com a redução da emissão de gás”, afirma Sandim. Para o produtor, o prêmio “Criadores de Eficiência” representa um “estímulo a outros produtores para que apostem em genética eficiente”.
O objetivo do prêmio “Criadores de Eficiência” é validar o impacto presente e futuro do trabalho dos melhoristas, ou seja, dos criadores de genética de rebanho núcleo e multiplicadores. “A Eficiência Alimentar é altamente estratégica, pois permite fazer a seleção e a disseminação de uma boa genética, tornando a pecuária mais rentável para o produtor e sustentável para o ambiente. Ou seja, ela mexe com toda sustentabilidade da cadeia da pecuária, dando respostas efetivas à demanda por alta produtividade e baixo custo de produção”, pontua Marcelo Ribas, Diretor de Estratégia da Ponta Agro.
A Ponta Agro é responsável pela tecnologia Intergado Efficiency utilizada em 96% das provas de Eficiência Alimentar realizadas no Brasil desde 2012. Antes dessa tecnologia, as avaliações eram feitas em baias individuais, por processos manuais e trabalhosos, ou por meio de um equipamento importado não acessível a todos. Há mais de uma década, portanto, a tecnologia se mostra acessível e mais adaptável às condições das fazendas brasileiras (muitas sem acesso à energia e internet), mais resistente, fácil de montar e instalar e eficiente na coleta dos dados. A patente nacional está presente em nove países, totalizando 38 criadores e mais de 18 centros de performance que se dedicam à seleção para o melhoramento genético animal dos rebanhos nacionais e internacionais.
Com uma seleção genética aprimorada e eficiente, os custos da produção de alimentos são reduzidos, especialmente no sistema de confinamento bovino. Dados do Report de Confinamento Ponta 2023 mostram que, em um ciclo de 109 dias de cocho, a lucratividade de um animal eficiente que consome 9,786 KG MS/dia, é 65,80% superior à de um animal ineficiente que consome 11,352 KG MS/dia, ou seja, uma diferença de R$ 189,30 por cabeça. Em um confinamento com 1 mil animais, isso representa uma economia de R$ 189 mil. Para 10 mil animais, a economia passa de R$ 1,8 milhões.
Considerando o alto custo de alimentação de bovinos em confinamento, que representou 88,89% do custo de produção em 2023, reduzir o consumo por animal sem comprometer o seu desempenho permite o aumento da quantidade de animais produzidos e da lucratividade do produtor. Com o objetivo de apoiar as decisões relacionadas à nutrição, a Ponta lançou o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) que reflete as variações dos preços dos insumos e commodities relacionadas à alimentação animal e seu impacto no custo da diária alimentar dos confinamentos bovinos brasileiros (R$/cabeça/dia). A partir dessas informações, criadores e confinadores podem desenvolver melhores estratégias de compra e estocagem de ingredientes para controlar e reduzir seus custos, contudo “esse esforço tem um impacto limitado se não for associado a escolha de um animal eficiente”, diz Ribas.
Matéria orginalmente publicada em AgroRevenda.