ICAP de janeiro de 2025 registra queda surpreendente e abre oportunidades para confinadores 

Icap de janeiro

Em um cenário onde a entressafra tradicionalmente aumenta os custos no setor agropecuário, o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) de janeiro de 2025 surpreendeu os confinadores de bovinos de corte com uma queda significativa nos custos de alimentação nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.  

Esse movimento, incomum para o início do ano, foi impulsionado por uma combinação de fatores que prometem trazer alívio para os pecuaristas nos próximos meses. 

Icap de janeiro

Queda inesperada no ICAP de janeiro

Em janeiro de 2025, o ICAP marcou R$ 14,24 no Centro-Oeste e R$ 12,77 no Sudeste, representando uma queda de 6,75% e 4,06%, respectivamente, em comparação com dezembro de 2024. Esse é o primeiro declínio registrado desde setembro de 2024 no Centro-Oeste e agosto de 2024 no Sudeste.  

Normalmente, essa época do ano é marcada por aumentos nos preços dos insumos alimentares devido à escassez de produtos e a menor oferta de grãos. 

Fatores que impulsionam a redução 

A queda do ICAP é atribuída a três fatores principais: 

  1. Promessa de safra recorde em 2025: O Brasil espera uma produção recorde de grãos, o que tende a aumentar a oferta de insumos alimentares e reduzir os preços. 
  1. Início das colheitas em algumas regiões: As colheitas de milho e outros insumos começaram mais cedo do que o esperado, aliviando a pressão sobre os custos. 
  1. Desvalorização das commodities nas bolsas de valores: A queda nos preços das principais commodities, como o milho e a soja, no mercado internacional também contribuiu para a redução do custo da alimentação animal. 

Oportunidades para confinadores segundo o ICAP de janeiro

Apesar da redução nos custos, o mercado continua dinâmico, e o impacto real desses fatores dependerá do andamento das colheitas, do comportamento da demanda interna e da volatilidade dos preços internacionais. Para os confinadores, a recomendação é aproveitar as oportunidades de compra estratégica, garantindo margens mais favoráveis na engorda de animais. 

“Embora a queda do ICAP seja uma boa notícia, é importante que os produtores mantenham um olhar atento ao mercado, pois os custos podem flutuar rapidamente, especialmente durante o período de entressafra”, alerta Paulo Dias, CEO da Ponta. 

Visão regional: O impacto nos custos de alimentação 

Centro-Oeste: A redução do ICAP foi impulsionada pela queda nos preços dos insumos energéticos (-7,26%) e proteicos (-4,68%). O milho, que se manteve com preços mais baixos, foi um dos principais responsáveis por essa diminuição. 

 Além disso, o uso crescente de coprodutos de algodão nas dietas contribuiu para uma redução nos custos de alimentação dos animais. 

Sudeste: A redução no ICAP foi mais notável nos custos dos insumos proteicos, que caíram 11,41%. A torta de algodão e o DDG foram os produtos que mais impactaram essa diminuição, trazendo um alívio para os confinadores da região. 

Lucratividade: Aumento nas margens 

A combinação entre a queda nos custos alimentares e a valorização da arroba do boi gordo tem favorecido as margens dos pecuaristas. No Centro-Oeste, estima-se uma lucratividade superior a R$ 860,00 por cabeça, enquanto no Sudeste esse valor pode ultrapassar os R$ 927,00, considerando apenas o preço de venda balcão. Esses números são especialmente positivos após dois anos de desafios, quando o mercado de engorda enfrentou preços altos e margens apertadas. 

Ainda assim, a recomendação para os confinadores é buscar bonificações junto aos frigoríficos, pois o diferencial de preço do Boi China pode gerar uma vantagem adicional de até R$ 7,50 por arroba, dependendo da região produtora. 

O desafio não para  

Embora o cenário atual traga boas perspectivas, o mercado de nutrição animal segue altamente volátil. Os confinadores devem continuar atentos à evolução das colheitas, à demanda de mercado e às oscilações nos preços das commodities para ajustar suas estratégias de compra e garantir a rentabilidade durante o ano de 2025. 

“O momento exige uma gestão eficiente, com foco nas oportunidades e nas flutuações do mercado”, conclui Dias, enfatizando que, apesar do alívio momentâneo, a atenção aos indicadores de mercado é fundamental para manter a lucratividade “da porteira para dentro”. 

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O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP), desenvolvido pela Ponta Agro, é uma ferramenta essencial para o setor pecuário que mede as variações nos custos de alimentação animal em confinamentos, refletindo as mudanças nos preços dos insumos e commodities. Com base em dados de mais de  9,9 milhões de diárias de animais confinados, o Índice auxilia produtores e consultores a planejarem compras, gerenciarem estoques e tomarem decisões estratégicas para maximizar a rentabilidade. 

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