Custos de confinamentos caem em julho no Sudeste e têm leve avanço no Centro-Oeste

No acumulado do segundo trimestre, houve queda nas duas regiões, informa pesquisa

A maior despesa de um confinamento para engorda de gado está na alimentação. Em julho, o Índice de Custo Alimentar Ponta (Icap) mostra que estes gastos ficaram menores na região Sudeste e levemente mais elevados no Centro-Oeste, na variação mensal, conforme análise da empresa de tecnologia pecuária Ponta.

O indicador para o Sudeste atingiu R$ 11,15 no mês passado, recuo de 1,68% em relação a junho. No Centro-Oeste, o valor foi de R$ 14,14, avanço de 0,57% no período.

“A colheita de grãos no Brasil continua promovendo a redução dos preços dos principais insumos, mantendo a tendência de queda no custo alimentar dos confinamentos iniciada em abril de 2024”, disse a empresa à Globo Rural.

Entre março e julho deste ano, o Icap acumulou uma queda de 6,91% no Centro-Oeste e de 14,76% no Sudeste, as duas regiões que concentram os confinamentos no Brasil.

No mês passado, a redução no índice do Sudeste foi impulsionada pela queda nos preços dos insumos das categorias energéticos e volumosos, com reduções de 6,85% e 43,61%, respectivamente, em relação ao trimestre anterior.

Ingredientes como polpa cítrica e bagaço de cana, amplamente utilizados na região, apresentaram reduções consideradas significativas em julho, com quedas de 11,7% e 9,86%, respectivamente. O custo da tonelada de matéria seca da dieta de terminação foi de R$ 1.015,63, representando um recuo de 5,05% em comparação ao trimestre anterior.

No Centro-Oeste, alguns insumos usados na alimentação do gado aumentaram os custos, enquanto outros diminuíram. O milho grão seco e a casca de soja, principais ingredientes energéticos, registraram quedas de 7,7% e 12%, respectivamente, em comparação aos últimos três meses (abril a junho de 2024). Em contrapartida, o caroço de algodão, principal ingrediente proteico das dietas da região, teve um aumento de 6,84% no mesmo período.

Apesar dessas variações, o custo da tonelada de matéria seca da dieta de terminação permaneceu praticamente estável, com uma leve redução de 0,61%, resultando em R$ 1.073,49.

Oferta menor

Se considerado o comparativo anual, o Icap do Centro-Oeste mostra um cenário bem diferente, com alta de 16% nos custos em relação a julho de 2023, impulsionado por níveis de oferta mais escassos.

“A combinação de uma menor produção de milho, problemas climáticos na safra anterior, alta demanda global e aumentos específicos em insumos como o algodão contribuíram para o aumento dos custos das dietas de confinamento na região Centro-Oeste em 2024”, disse a Ponta.

A companhia destacou que, com o início da recuperação na cotação da arroba bovina na região, o pecuarista já consegue ter lucro na engorda intensiva. “No entanto, para buscar uma margem melhor, além de ser eficiente na produção, deve agregar valor ao seu produto por meio de bonificações junto aos frigoríficos”, sugeriu.

No Sudeste, porém, o desempenho do indicador fica praticamente estável na variação anual, com leve queda de 0,09%.

Matéria originalmente publicada em Globo Rural, por Nayara Figueiredo.

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