Safrinha reduz custos e sustenta margens no confinamento, aponta ICAP de maio 

O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) de maio de 2025 trouxe alívio aos pecuaristas brasileiros, após meses de pressão nos custos de produção. A chegada da safrinha ao mercado provocou uma significativa desvalorização do milho, principal insumo energético das dietas de confinamento, resultando em quedas expressivas no custo nutricional tanto no Centro-Oeste quanto no Sudeste. 

Centro-Oeste e Sudeste: recuo nos custos com a chegada da safrinha 

Em maio, o ICAP registrou R$ 14,35 por cabeça/dia no Centro-Oeste, uma queda de 10,48% em relação a abril. No Sudeste, o índice caiu 7,73%, fechando o mês em R$ 11,93. O recuo reflete diretamente a desvalorização do milho, que acumulou queda superior a 15% entre março e maio, proporcionando alívio para os confinadores que enfrentaram altos custos nos meses anteriores devido à valorização da arroba do boi gordo e à escassez de insumos. 

No Centro-Oeste, a redução foi puxada pelos alimentos energéticos (-6,10%) e volumosos (-5,53%), com destaque para a silagem de milho (-8,38%) e o milho grão seco (-8,30%). O custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação caiu para R$ 1.292,76, representando uma retração de 4,63% frente a abril. 

No Sudeste, a queda nos custos dos insumos proteicos (-10,83%) e volumosos (-4,00%) também contribuiu para a redução do ICAP. A dieta de terminação fechou em R$ 1.216,93 por tonelada de matéria seca, uma retração de 3,38%. O milho grão seco e o DDG se consolidaram como os principais insumos energéticos e proteicos da região durante abril e maio. 

“Após meses de pressão, os pecuaristas finalmente observam alívio nos custos, especialmente no milho, que teve uma desvalorização significativa de mais de 15% entre março e maio”, destaca o relatório da Ponta Agro. 

Análise anual: custos ainda refletem alta do início do ano 

Apesar do alívio mensal, a comparação anual mostra que o ICAP permanece acima dos valores de 2024: alta de 1,41% no Centro-Oeste e 0,85% no Sudeste. Esse comportamento reflete o impacto dos preços elevados registrados no início do ano, quando a valorização da arroba do boi gordo e a forte demanda por insumos mantiveram os custos pressionados. Grande parte das compras para o primeiro giro foi realizada entre janeiro e março, período de preços altos para milho e outros ingredientes. 

Margens sustentadas e oportunidades para o produtor 

Com a atual tendência de baixa nos custos de nutrição e o desaquecimento da arroba, o cenário é favorável para os pecuaristas renovarem estoques e garantirem margens positivas. Segundo dados da Ponta Agro, o custo estimado por arroba produzida ficou em R$ 210,59 no Centro-Oeste e R$ 189,37 no Sudeste. Esses patamares permitem lucros superiores a R$ 910,00 por cabeça no Sudeste e R$ 720,00 por cabeça no Centro-Oeste, considerando apenas o preço de venda balcão. 

Para ampliar as margens, além de buscar eficiência produtiva, o relatório recomenda que o pecuarista negocie bonificações junto aos frigoríficos. O diferencial do Boi China, por exemplo, pode variar entre R$ 5,00 e R$ 7,50 por arroba, dependendo da região. 

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O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP), desenvolvido pela Ponta Agro, é uma ferramenta essencial para o setor pecuário que mede as variações nos custos de alimentação animal em confinamentos, refletindo as mudanças nos preços dos insumos e commodities. Com base em dados na análise de mais de 4,1 milhões de animais confinados, o Índice auxilia produtores e consultores a planejarem compras, gerenciarem estoques e tomarem decisões estratégicas para maximizar a rentabilidade.  Baixe o relatório completo clicando aqui.  

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