Devido a estrutura e altos custos de ter um confinamento próprio, muitos produtores têm optado por fazer a engorda do rebanho em confinamentos de terceiros ou, também, chamados comumente de boitel. Neste texto vamos discorrer sobre o que é o boitel, seus benefícios e quais tipos de contratos o pecuarista pode escolher na hora de confinar em propriedade de terceiros. Acompanhe!
O que é um boitel?
O boitel é um sistema de terminação em confinamento para a engorda de animais, especialmente destinado a pequenos e médios pecuaristas.
Funciona como um “hotel” para os animais, oferecendo infraestrutura, mão de obra qualificada, alimentação e cuidados sanitários durante o período de engorda até o momento do abate.
Em linhas gerais, o pecuarista entrega seus animais para o confinamento terceiro e lá todo o trabalho de terminação é realizado até o animal ficar no ponto de abate.
3 benefícios do boitel para o produtor
Infraestrutura: Um dos principais motivos para confinar animais em confinamento de serviço é, justamente, por conta da infraestrutura, que pode custar muito caro ao pecuarista. Com o boitel, a terminação dos animais acontece sem a necessidade de investir em infraestrutura própria.
Indicadores de produção: Com mão de obra especializada, alimentação balanceada e cuidados sanitários adequados, o boitel possibilita que os animais alcancem todo o seu potencial produtivo, resultando em melhores indicadores de produção, como ganho de peso e rendimento de carcaça.
Ausência de desembolso antecipado: O acerto financeiro do boitel, na maioria dos casos é feito somente após o abate dos animais, reduzindo os riscos financeiros e proporcionando maior previsibilidade nas operações pecuárias.
Para isso, existem algumas possibilidades de contratos, ficando a cargo do gestor da fazenda escolher qual o melhor modelo para o seu negócio. Mas é importante ressaltar que todas as modalidades de contratos requerem a gestão qualificada das informações de cada animal.
Modalidades de contrato para engorda bovina terceirizada
Existem, hoje, pelo menos quatro formas de os produtores adotarem ao confinamento de serviços, cada um destes terá regras especificas, que irão variar de acordo com grau de risco que produtor está disposto a se expor a troco de uma maior rentabilidade do negócio. Entre estes quatro formatos, estão: parceria, arrobas produzidas, diárias e ração por kg. Veja os critérios de cada um deles:
Parceria:
As condições desse modelo de contrato variam de acordo com a região, mercado, posicionamento do confinamento prestador. Esse contrato é o mais conservador, porque o pecuarista não está sujeito ao desempenho, consumo, tempo de confinamento, entre outros.
No contrato de parceria, o pecuarista aposta todas suas fichas num único ingrediente da equação: a variação de preço da arroba do boi gordo.
O animal é pesado na entrada do confinamento e o dono do boi, ao final do contrato, receberá o valor referente ao peso de entrada em @ de boi gordo na hora do abate.
Um exemplo simples é: entrada do animal com 360 kg com 50% no RC = 180 kg; 180 kg = 12@. No dia do abate, o pecuarista teria direito a 12 @ de boi gordo. Para obter lucro, a @ do boi gordo (no momento da venda) tem que estar mais valorizada que a @ do boi magro na entrada do confinamento.
Existem diferentes estratégias comerciais entre os confinamentos para praticar esse modelo, podendo ser aplicado tanto para machos como fêmeas, com frete por conta do pecuarista ou do confinamento, com premiação ou não além do preço base. Essas questões dependem da negociação e da região onde estão os envolvidos.
Arrobas produzidas:
Nesse formato há um comprometimento do confinador com a produtividade, ou seja, o pecuarista pagará apenas por aquilo que foi produzido no confinamento.
A aposta está na capacidade do confinador de explorar o máximo potencial dos animais e, quanto mais eficiente for o confinamento, melhor será o negócio.
Em contrapartida, se a engorda não for bem, o pecuarista não será impactado e toda a conta da ineficiência ficará para o confinador pagar. Nesta modalidade, o confinamento prestador de serviço é remunerado pela quantidade de @ que consegue colocar no animal a um preço pré-estabelecido em contrato, antes mesmo do envio dos animais.
O animal é recebido pelo confinador com 50% do peso vivo, considerando a pesagem da balança da entrada do confinamento, e sai com o peso de carcaça morto (peso frigorífico). Esta diferença de peso (do frigorífico menos da entrada no confinamento) é compreendida como arrobas produzidas. O cliente, então, dono do boi, paga o valor combinado por cada arroba produzida ao confinamento.
Contrato de diárias:
É a modalidade mais comum e mais simples do mercado.
O cliente (dono do boi) paga ao confinador o valor da diária fixa de confinamento, que inclui todos os custos de protocolo de entrada, nutrição, despesas com sanidade e custos operacionais.
O custo da diária é definido na chegada dos animais com base no peso de chegada e na característica racial. Nesse contrato, é definida uma quantidade máxima de dias de confinamento para aquele valor estabelecido por dia e uma segunda faixa de valores, caso os animais ultrapassem a data estabelecida.
Nesse modelo, o pecuarista tem o custo fixado, mas o lucro vai depender do desempenho dos animais.
Ração por kg:
No contrato de engorda, na modalidade de ração por Kg, o dono do boi remunera o confinador pelo consumo de ração do animal durante o período confinado.
O confinamento cobra segundo o valor definido por Kg de ração consumida que pode ser em matéria seca (R$/KG/MS) ou matéria natural (R$/KG/MN) mais um custo operacional/animal/ dia.
Essa modalidade funciona tal qual um restaurante “self service”, onde existe um preço para cada item (alimentação, medicação e outros), e o cliente serve como desejar, pagando por isso ao final. Ou seja, o custo final será definido de acordo com o consumo dos bois.
É mais comum a cobrança em R$/KG/MS, pois a matéria seca é utilizada para formulação da dieta e considera somente o valor nutricional, sem o teor de água dos alimentos, diferente da matéria natural.
Desafios da gestão de diferentes modelos de contrato:
O maior desafio da engorda terceirizada está em acompanhar o desenvolvimento produtivo dos animais, tanto pelo proprietário dos animais, quanto para o confinador que precisa reportá-lo. Ter confiança nos dados de desempenho e dos custos de produção é fundamental para não se expor aos riscos e prejuízos.
Por isso, para comprovar os resultados e garantir as metas de produção, é essencial agregar tecnologias de gestão ao confinamento.
A solução mais completa do mercado e que gerencia diferentes modelos de contrato é o TGC!
O que é preciso ter em mãos para não perder as rédeas do negócio? Abaixo listamos tudo que é importante e que o TGC entrega ao seu confinamento:
– Gestão detalhada dos contratos;
– Dados individualizados dos animais e agrupamento por lote;
– Planejamento nutricional avançado e controle por ingrediente, por dieta, por lote e por animal;
– Controle de estoque de animais e insumos;
– Monitoramento de indicadores zootécnicos;
– Registro dos custos de animais, operacionais, nutricionais e outros;
– Múltiplos relatórios: zootécnico, operacional e de custos;
– Controle da entrada e saída dos animais.
Existem variações das modalidades que são determinadas por cada confinamento parceiro, ficando a critério do pecuarista verificar qual se adequa melhor à sua realidade.
Saiba mais sobre o TGC e entenda como ele pode mudar a gestão do seu confinamento!