A importância dos fenótipos na era genômica 

Estamos no século XXI e a seleção genômica atinge voo de cruzeiro sendo usual nos programas de seleção e trazendo resultados expressivos para os pecuaristas. Mas de onde vem esse resultado? Podemos abdicar de outras formas de trabalhar a seleção? A resposta para essas indagações passa pelo fenótipo. 

As avaliações genômicas têm impulsionado os programas de melhoramento, permitindo a seleção de indivíduos jovens mesmo antes de manifestarem as características, trazendo acima de tudo, celeridade. No entanto, à medida que o processo de seleção avança, ocorre uma diminuição gradual da acurácia preditiva dos valores genéticos, uma vez que há uma alteração das frequências alélicas nos genes que influenciam as características alvo. Em outras palavras, perde-se a referência para se associar resultado real (fenótipo) com a genética dos indivíduos, tornando o modelo inicial cada vez menos acurado. 

Manter o registro contínuo de fenótipos é, portanto, essencial para reajustar os modelos de predição, corrigir possíveis desvios e incorporar mudanças nas características de interesse ao longo do tempo. Além disso, os fenótipos são a base para a constatação das previsões genômicas, garantindo que as seleções continuem a atender aos objetivos do programa de melhoramento. 

Portanto, devemos nos comprometer com as avaliações fenotípicas, principalmente para características poligênicas de alto impacto econômico, tal qual a Eficiência Alimentar. Essa abordagem integrada, combinando informações genômicas e fenotípicas, fortalecerá os esforços em direção a rebanhos de bovinos de corte cada vez mais produtivos, eficientes e adaptados às demandas da indústria e do mercado. 

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