A safra recorde reduziu os preços dos grãos e trouxe alívio direto aos custos de nutrição, informa a Ponta Agro
O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) apresentou, em agosto/25, o mesmo comportamento nas duas principais regiões produtoras do país. No Centro-Oeste, o ICAP foi de R$ 14,14, representando uma redução de 3,02% em relação a julho, enquanto no Sudeste o índice alcançou R$ 12,53, com queda de 1,18%.
Na safra 2024/2025, o Brasil consolidou recordes de produção de grãos. Essa expansão, sustentada por clima favorável, ganhos de produtividade e investimentos agrícolas, ampliou a oferta e pressionou os preços para baixo.
“O movimento trouxe alívio direto aos custos de nutrição no confinamento, reduzindo o ICAP em agosto. Ao mesmo tempo, o avanço das exportações de carne bovina manteve a arroba valorizada, garantindo margens positivas aos pecuaristas”, avalia a Ponta Agro, em comunicado à imprensa.
No comparativo anual, o ICAP de agosto expõe uma contradição: mesmo diante de uma safra recorde de grãos, os custos da nutrição animal ficaram acima de 2024 — alta de 3,21% no Centro-Oeste e de 12,98% no Sudeste.
De acordo com a empresa, o motivo não está apenas na oferta, mas no apetite da própria pecuária. “Com a arroba firme, mais animais foram confinados, ampliando a demanda por milho, soja e coprodutos. Essa pressão foi reforçada pelo crescimento das demais cadeias de proteína: o leite retomou fôlego, a produção de ovos avança em ritmo acelerado e suínos e frango caminham para novos recordes. Todas essas atividades compartilham de parte de insumos utilizados na pecuária de corte, mantendo os custos nutricionais firmes em 2025 nos confinamentos brasileiros”, explica o informe da Ponta Agro.
Ao mesmo tempo, o tarifaço norte-americano, que inicialmente trouxe incertezas, acabou acelerando a diversificação das exportações brasileiras. Novos destinos se abriram, a carne seguiu fluindo e a arroba ganhou força. “Assim, enquanto a agricultura entrega abundância, a pecuária responde com intensidade: mesmo com custos mais altos que em 2024, as margens permanecem robustas diante da valorização da arroba do boi gordo”, destaca a empresa.


Centro-Oeste
No Centro-Oeste, a redução do ICAP foi puxada pelo custo dos alimentos proteicos e energéticos, que caíram 14,75% e 4,63%, respectivamente, em relação ao trimestre anterior (maio, junho e julho).
Entre os principais insumos, destacam-se as quedas do milho grão seco (-12,59%), do farelo de soja (-7,62%) e do WDG (-2,54%). O custo da dieta de terminação, a mais cara do ciclo produtivo, fechou em R$ 1.146,25 por tonelada de matéria seca, uma redução de 11,41%.
Sudeste
No Sudeste, a queda de 1,43% nos custos dos insumos energéticos em relação ao trimestre anterior foi determinante para reduzir o ICAP e o custo das dietas da região.
A dieta de terminação em agosto custou R$ 1.183,40 por tonelada de matéria seca, recuo de 3,00% em relação ao último trimestre (maio-julho). Os destaques de queda foram o caroço de algodão (-9,84%), a polpa cítrica (-8,90%), o farelo de amendoim (-4,96%) e o milho grão seco (-3,42%).
Fonte: Ascom Ponta Agro
Matéria originalmente publicada pelo Portal DBO