Confinamento bovino pode render lucro recorde em 2024

Levantamento da Ponta Agro, empresa de tecnologia focada na gestão da informação na pecuária, mostra que, em setembro deste ano, a atividade deve registrar o melhor desempenho desde 2020.

Levantamento realizado pela Ponta Agro, empresa de tecnologia focada na gestão da informação na pecuária, mostra que, em setembro deste ano, a atividade deve registrar o melhor desempenho desde 2020, com margem de lucro líquido superior a R$ 1.400 por cabeça na região Sudeste e a R$ 800 no Centro-Oeste. O valor leva em consideração apenas a cotação de balcão, podendo os ganhos serem maiores com as bonificações.

“Trata-se de um cenário hipotético no qual um produtor comprou animais de reposição há três ou quatro meses. Ou seja, em um momento no qual os preços ainda estavam muito baixos. Então, agora há uma oportunidade de o confinador ganhar muito dinheiro. Neste momento, há todas as combinações favoráveis, ou seja, reposição e nutrição baratas e preço de arroba de venda alto. No curto prazo, o pecuarista tem tudo para recuperar o fôlego, já que vem passando alguns ciclos de muito aperto, de arroba baixa”, disse, em nota, Paulo Dias, CEO da Ponta Agro.

Conforme a série histórica da empresa, a região Sudeste obteve, em 2020, lucro líquido de R$ 1.273,34; em 2021, R$ 670,03; em 2022, 301,19; e em 2023, R$ 364,47. Já na região centro-oeste, foi de R$ 1.270,33 em 2020; R$ 867,17 em 2021; R$ 693,18 em 2022; e R$ 718,86 em 2023.

Dias salienta, no entanto, que, embora o momento seja de recuperação da lucratividade e de reposição de perdas passadas, o confinador deve ficar atento ao médio e longo prazos. “O mercado está bagunçado, com a arroba aumentando, e tendência de subida de preços de insumos e de animais de reposição”, diz.

Em setembro de 2024, o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) registrou R$ 13,53 para a região Centro-Oeste e R$ 11,86 no Sudeste. Comparado a agosto de 2024, o ICAP no Centro-Oeste teve uma queda de 1,24%, enquanto no Sudeste houve um aumento expressivo de 6,94%, rompendo a tendência de queda que vinha sendo observada desde março de 2024.

Segundo a empresa, esse aumento no Sudeste reflete o término dos efeitos favoráveis da safra e da renovação dos estoques de insumos, sendo agora o custo das dietas influenciado por uma demanda crescente por insumos devido a condições climáticas desfavoráveis, queimadas e migração dos animais para o cocho. Além disso, a maior procura por proteína animal nos mercados interno e externo pressiona o custo da alimentação.

Matéria originalmente publicada em Globo Rural.

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