Estação de monta: boas práticas para gerar melhores resultados 

Por meio de uma boa estratégia de estação de monta é possível obter resultados satisfatórios e rentáveis para o negócio.
Estação de monta
[Foto/Reprodução: Portal do Agronegócio]

A produtividade e a lucratividade de toda a cadeia da pecuária de corte dependem fundamentalmente de dois fatores: a eficiência reprodutiva das matrizes e o bom desempenho produtivo da principal matéria-prima, que é o bezerro.  

Parece óbvio, mas sem reprodução não há animal para engordar e abater. Apesar de essa etapa estratégica da cadeia produtiva ser vista como a menos rentável, não é raro ela receber menos investimentos. É verdade que já se evoluiu muito em melhoramento genético e novas técnicas de reprodução, mas o setor de cria ainda tem muito espaço para otimizar a gestão, o planejamento e dar ao empreendedor um retorno econômico satisfatório. 

O momento certo para implementar um controle mais eficiente é justamente na estação de monta. Ainda que não seja novidade, a administração adequada desta fase é o que pode garantir os bons resultados da fazenda com o maior número de nascimentos e bezerros desmamados, no melhor período do ano. Felizmente a tecnologia tem contribuído substancialmente na gestão, planejamento, operação, controle e análise dos resultados alcançados, pois reduz a imprevisibilidade e os riscos de um ciclo produtivo longo e com um grande número de manejos. 

Um dos gargalos é a taxa de natalidade e desmame nas fazendas voltadas à pecuária de corte no Brasil: em alguns casos, apenas metade das crias convertem resultados positivos para o negócio. Isso significa que a média nacional é que cada matriz produz um bezerro a cada dois anos. Pior do que isso: a idade média ao primeiro parto é de 48 meses. A situação é delicada e merece ser analisada, pois, mantida a perspectiva, os animais estarão consumindo pasto, insumos, ocupando mão-de-obra e currais e, em contrapartida, oferecendo poucos bezerros desmamados ao longo do ano. 

Por meio da boa estratégia de estação de monta é possível buscar a concentração da atividade reprodutiva da propriedade num determinado período de tempo, de modo que a eficiência operacional e tecnológica da fazenda esteja direcionada a esta etapa fundamental para o sistema de produção da pecuária de corte: a cria. Para isso, recursos tecnológicos de ponta são capazes de coletar dados, processá-los e apresentar informações precisas que contribuirão para uma visão 360º do negócio por meio da organização do fluxo e dos processos dentro da propriedade, proporcionando uma gestão extremamente eficiente. A atenção a estes recursos de gestão é fundamental para que o seu negócio dê resultados cada vez melhores e se destaque no cenário pecuário. 

Definir a estação de monta corretamente

Para fazer a evolução do rebanho, o primeiro passo é planejar a estação de monta considerando aspectos específicos como as condições fisiológicas e de escore corporal da vaca; uso de tecnologias na reprodução, capacidade de manejos diários por curral e por equipe; a época mais adequada para o nascimento; o período de desmame; peso do bezerro ao desmame e descarte das matrizes inférteis/vazias e com idade avançada (com dez anos ou mais). 

O planejamento das pastagens para as matrizes é um aspecto importantíssimo a ser considerado pelo gestor pecuário já que este é fator que interfere diretamente na condição do escore corporal das matrizes, que é fundamental para a obtenção de um bom resultado de taxa de prenhez. Aquelas que parirem no período de seca (julho, agosto e setembro) devem ter disponível uma suplementação nutricional como por exemplo sal proteico/energético para boa recuperação pós-parto. 

O gestor pecuário também tem que levar em consideração que os bezerros nascidos no período seco (julho, agosto e setembro) têm menor probabilidade de contrair doenças, além de eles tradicionalmente apresentarem o maior peso ao desmame. As matrizes que parirem no período das chuvas (outubro, novembro e dezembro) naturalmente terão à disposição um pasto de melhor qualidade. Por outro lado, há maiores riscos sanitários aos bezerros. 

Vale ressaltar que bezerros nascidos no período da seca são desmamados no período entre os meses de fevereiro, março e abril, quando ainda há oferta de pasto em quantidade e qualidade. No caso dos bezerros nascidos no período das chuvas e que são desmamados na época da seca (maio, junho e julho), quando o pasto não apresenta condições adequadas, é fundamental o planejamento de uma suplementação como o creep-feeding, contribuindo para melhor desempenho produtivo. 

Início e duração da estação de monta

Depois do acompanhamento da condição corporal das matrizes e da disponibilidade de pasto, é importante definir quando a estação deve começar. Essa decisão pode levar em conta o conhecimento empírico das equipes estratégicas e táticas da propriedade, mas se forem interpretadas com o auxílio do potencial analítico da tecnologia aplicada à pecuária, as chances de acerto crescem exponencialmente. 

Uma plataforma completa de gestão pecuária pode trazer dados precisos sobre o controle do número de animais, percentual do rebanho que está apto para a reprodução, período pós-parto, condição corporal, protocolos reprodutivos e outros aspectos importantes. Essas informações são fundamentais para garantir os melhores resultados da estação. 

Para alguns estudiosos da pecuária brasileira, uma estação de monta ideal deve compreender o tempo que permita a máxima eficiência reprodutiva, ou seja, produzir um bezerro por matriz por ano. Veja o esquema: 

estação de monta

Intervalo entre partos e período de serviço na eficiência reprodutiva em Bos taurus e Bos indicus (Fonte: Firmasa e USP)[/caption]  

Para que se tenha um intervalo entre partos de 12 meses, que é a eficiência reprodutiva máxima, o período de serviço (concepção) deve compreender de 71 a 78 dias para as espécies Bos indicus e Bos taurus, respectivamente.

A IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) é a tecnologia que proporciona a maior eficiência reprodutiva, produzindo um bezerro por vaca/ano. O intervalo entre partos das matrizes que emprenham na primeira IATF e no primeiro repasse de touro é menor que 12 meses, devido à realização da IATF antes de 78 dias de pós-parto. Veja: 

  

estação de monta Modelo de trabalho para estação de monta (Fonte: USP e Firmasa)[/caption]  

O resultado não causa sobreposição entre a estação de monta, de nascimento e o puerpério, o que contribui para aumentar a taxa de prenhez e a qualidade da cria considerando esse quadro. 

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